Distribuição espacial do escorpionismo em São Roque, SP, Brasil

Abstract

Os acidentes causados por escorpiões constituem um problema de saúde pública. Conhecer aspectos da biologia dos escorpiões como variáveis demográficas, espaciais e temporais é de alta relevância e constitui uma ferramenta importante para auxiliar nas políticas de saúde porque permite identificar as regiões mais suscetíveis, onde deverão ser desenvolvidas ações visando ao controle preventivo de acidentes com esses animais. Foram utilizados dados a respeito de reclamações de ocorrência de escorpiões registrados pelo controle de Zoonoses do Município de São Roque no período de março de 2011 a julho de 2014. Esses foram analisados somente em relação aos únicos dados fornecidos, a localidade das reclamações e a data em que ocorreram. Foram registradas 51 notificações de avistamento de escorpiões junto ao Serviço de Controle de Zoonoses. Deste total de casos, 39 (76,47%) ocorreram nos meses de outubro a março (período quente e chuvoso) e 12 casos (23,53%) nos meses de abril a Setembro (período frio e seco). Cerca de 45% (23 notificações) ocorreram em um raio de até 700 metros da estação ferroviária de São Roque. Em nenhum desses casos o avistamento ocorreu a mais de 350 metros da linha férrea. Presume-se que os escorpiões possam estar se abrigando nos dormentes e no prédio da estação ferroviária. Ocorreram também dez casos (19,61%) de avistamentos em residências próximas a cursos d’água. Nesses casos, os aracnídeos podem estar sendo atraídos pelos entulhos e lixo depositados pela população do entorno. É possível que os escorpiões também possam se espalhar a partir desses pontos e procurar alimento e abrigo em residências próximas.